A produtividade no home office sob o olhar da tecnologia — o que o caso Itaú nos ensina
Recentemente, o Itaú Unibanco chamou atenção do mercado ao demitir cerca de mil funcionários que atuavam no regime híbrido ou 100% remoto, após uma profunda análise da produtividade no home office.
O que motivou essa decisão
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O banco constatou incompatibilidades entre as atividades registradas nas plataformas de trabalho remoto e o registro de ponto formalizado pelos colaboradores.
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Foram observados períodos de inatividade nas máquinas corporativas, de acordo com o sistema de monitoramento de atividades, muitas vezes superiores a algumas horas, o que destoava do que constava no ponto registrado.
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O Itaú afirmou que a revisão foi “criteriosa” e que os desligamentos decorrentes dessa análise foram parte de um processo que visa preservar a cultura de confiança com colaboradores.
Críticas e desafios levantados
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O Sindicato dos Bancários apontou que muitos funcionários foram desligados sem aviso prévio ou diálogo prévio, alegando desrespeito aos canais de comunicação e ausência de oportunidade para correção.
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Também se levantou a questão de que métricas puramente quantitativas — número de cliques, atividade no mouse, tempo em que o computador está “ativo”, etc. — podem não refletir a totalidade do trabalho remoto: tarefas mais silenciosas (análise, leitura, planejamento) nem sempre aparecem nesses indicadores.
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E, claro, há preocupações com privacidade, transparência, comunicação clara sobre métricas usadas, proporcionalidade e equilíbrio para evitar que a medição vire assédio ou vigilância excessiva.
Como a tecnologia pode ser usada de forma equilibrada — Prussiati pode ajudar
Aqui na Prussiati – Soluções em Tecnologia, acreditamos que monitoramento e métricas de produtividade são ferramentas poderosas — quando usadas com responsabilidade. Se bem implementadas, podem trazer benefícios como:
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Maior transparência nos processos de trabalho
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Melhor alinhamento das expectativas entre gestor e colaborador
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Identificação de gargalos ou falhas operacionais antes que se tornam problemas maiores
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Otimização de recursos humanos e tecnológicos
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Melhoria contínua do desempenho da equipe
Mas para isso, alguns aspectos são essenciais:
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Definição clara de indicadores: o que será medido, como será medido, com que periodicidade, e para quais objetivos.
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Comunicação transparente com os colaboradores: explicar quais métricas serão usadas, por quê, quais os limites, e garantir que tudo esteja de acordo com a legislação trabalhista e normas de privacidade.
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Proporcionalidade e justiça: entender que nem toda tarefa aparece em métricas automáticas, considerar contexto, tempo para tarefas mais sutis.
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Uso correto da tecnologia: softwares de monitoramento, logs de uso, atividade em sistemas corporativos, entre outros — combinados com análise humana e revisão de desempenho.
O que o Itaú fez — e o que sua empresa pode fazer parecido
O Itaú usou tecnologia para monitorar uso das máquinas corporativas, comparar registro de ponto com atividade registrada nas plataformas, identificar períodos de pouca atividade ou inatividade (mouses, cliques, aplicativos abertos etc.) e cruzar isso com as jornadas declaradas.
Essa mesma tecnologia está disponível para sua empresa — inclusive para micro e pequenas empresas — e pode fazer diferença não para demitir, mas para ajustar processos, melhorar produtividade, evitar retrabalhos e identificar onde o suporte ou ferramentas estão faltando.
O cuidado necessário
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Certifique-se de que os colaboradores saibam desde o início que existe esse tipo de monitoramento, e quais são os parâmetros.
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As métricas precisam ser justas, razoáveis, proporcionais ao tipo de tarefa. Nem tudo pode ser medido por cliques ou uso do mouse.
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Respeitar direitos legais, como jornada de trabalho, direito à privacidade, e mecanismos de correção ou feedback antes de penalizações.
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Sobretudo, manter a cultura organizacional alinhada: confiança, diálogo, melhoria contínua — para que o monitoramento não se torne uma ferramenta de pressão desnecessária ou desmotivadora.
Conclusão
O caso do Itaú mostra que, hoje, monitoramento de desempenho remoto não é mais ficção: é realidade. E empresas que dependem de home office ou regimes híbridos não podem simplesmente ignorar esse aspecto, sob pena de surpresas desagradáveis.
Mas essa realidade traz oportunidades: otimizar, melhorar gestão, detectar problemas antes que se agravem — sempre com responsabilidade.
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